segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

"Qual é o teu melhor?"



Qual é o teu melhor?
Pergunte para si mesmo:
-Qual é o meu melhor?

A pergunta surgiu há alguns dias atrás, quando sai com uma amiga para matricularmos nossos filhos na escola. Desde o começo do mês de Dezembro, estávamos a procura de uma boa escola, pois nossos filhos haviam sido transferidos para uma, cujo conceito é péssimo; uma escola onde há arrastões, quebra-quebra, que está toda destruída devido ao vandalismo dos alunos mais velhos.
Passamos horas andando de uma escola à outra, pegando informações, documentos, tirando fotos, fotocópias, enfrentando o calor que passava dos 36º e o transito. Quando nos deparamos com a mãe de um dos coleguinhas de nossos filhos; a primeira informação que havíamos tido, era que o filho dela iria para uma ótima escola particular. Perguntamos sobre ele e para qual escola iria, e qual foi a nossa surpresa ao sabermos que ele iria para a tal escola, a qual estávamos tentando tirar os nossos filhos.
Conversa vai, conversa vem, ela nos perguntou o que estávamos fazendo ali, e ao contarmos que estavámos transferindo as crianças ela se espantou e disse:

- meu filho vem pra cá mesmo! Já conversei com ele, além de que é a escola mais próxima da minha casa; não quero que ele vá para longe, tenho que trabalhar e vou ficar preocupada com a distância.

- Como assim? ele não vai para uma escola particular?

- Ia. Mas achei melhor manter ele por aqui mesmo; além de que estou separada e não posso pagar.

- Mas esta escola é péssima! então leva ele para onde estamos levando os meninos.

- Ah! não. Já dei conselhos para ele, já mostrei a realidade da vida, já fiz ele assistir ao noticiário (citou nome dos telejornais que mostram a realidade das grandes cidade no dia a dia). Ele "ta" sabendo da vida, se seguir o caminho errado é porque quer.

Tentamos argumentar que crianças de 10 anos, mesmo orientadas são suscetíveis ao meio em que vivem, que precisam de boas companhias, de bons professores, de acompanhamento, de um bom ambiente para terem noção de como se comportar e agir; que além disso estão entrando na adolescência e que já estão inclinadas a serem rebeldes por natureza.
A resposta:
- Não posso fazer nada! Ele "ta" orientado, mostrei tudo o que acontece no mundo e o que acontece com quem segue o caminho errado. Isso é o melhor que posso fazer! Se não der certo, depois eu vejo.

A conversa se arrastou por mais de uma hora, onde tentamos entender o que se passava com ela, e o porque daquela atitude; ofereci carona para que fosse conosco, já que ela possuía todos os documentos necessários para a matrícula; mas, nada! a resposta era sempre a mesma:

- No momento é o melhor que posso fazer. Se der errado depois eu vejo!

Na hora fiquei transtornada com a resposta e a posição dela; (rsrsrsrsrsrs) acho que queria pegá-la pelo pescoço e dar umas sacudidas; mas eu não podia!
Hoje pensando no assunto, estou com dó desta mulher, que acha que o melhor que pode fazer pela educação de seu filho, é mostrar-lhe a vida através dos noticiários da tv.; que tem tempo para papear na calçada, mas não tem tempo para procurar algo melhor para o próprio filho, que acha que se algo der errado é porque o garoto quis, e não porque ela não acompanhou, que se acha tão incapaz de fazer algo melhor! Que acha que se algo der errado, depois ela vê.

Então surgiu a pergunta:
-Qual é o teu melhor?

Não estou criticando atitudes, só refletindo sobre elas.
Será que realmente estamos fazendo o melhor que podemos?
Será que estamos dando o nosso melhor?

(Kássya 26/01/2009)

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