O roupão pouco me protege da sensação de frio!
O vento sopra gelado, o sol ainda não nasceu.
Uma estrela brilha no céu límpido, está começando a formar pequenas nuvens, vamos ter um dia típico de outono.
Perdi a noção da hora, mas já faz um certo tempo que estou aqui na solidão e no silêncio da madrugada... pensando!
Porque me sinto só?
Qual o motivo da sensação de vazio?
Porque não consigo dormir?
Meu pensamento vai de um assunto a outro como uma bola de Ping-
Pong, não se fixa a nada consistente. Há momentos em que me perco em meus pensamentos e
desatinos. As coisas que trago no peito me fazem ficar assim, e se me perguntarem:
- "em que está pensando?"
a resposta é:
- "em nada" ou "não sei"!
e é verdade, porque meu pensamento nestes momentos não se prende a nada e eu não sei por onde anda; pode ser em lembranças do passado, planos para o futuro,sonhos, desejos latentes da alma, em problemas, soluções, ou simplesmente na estrela que como eu está solitária contemplando o fim da noite e o nascer do sol.
Um carro passa na rua e seu rádio toca uma música alta:
**"Eu penso em você,
Desde o amanhecer,
Até quando eu me deito.
Eu gosto de você...
E gosto de ficar com você...
Meu riso é tão feliz contigo.
O meu melhor amigo é o meu amor..."
E lá vai meu pensamento para outro rumo, começo a analisar a letra e o sentido das palavras.
... beijos, abraços, amor...
o quanto gosto de você!...
Sou apaixonada, nasci assim, morrerei assim... eu começo a passear por outros assuntos.
E a solidão da madrugada me traz outros motivos para estar aqui olhando para o céu e pensando na vida. O sol esta nascendo, algumas casas já acenderam sua luzes, carros,
ônibus, pessoas já começam a
trafegar pelas ruas. A vida começa a encher o dia de novos contornos...
Se foi o silêncio!...
Começa um novo dia, nascem novas esperanças e a minha vida vai voltar ao normal, mas, o refrão da música irá me acompanhar:
"desde o amanhecer, até quando eu me deito..."
(
** refrão da música Velha Infância - Marisa Monte e Arnaldo Antunes)
Kassya 18/05/2010