sábado, 28 de junho de 2014

Ausência...


Esta falta que me causas é como dor que não se localiza.
Falta não sei onde e não sei quando...
Espaço não configurado, não conceitual, imensurável.
Do que sei de mim, pela força da saudade, por vezes, me esqueço.
É  como labirinto não sinalizado por onde recolho pedaços, fragmentos seus...
Levaste a senha da minha inteireza.
Desde então eu me desassossego com tua ausência.
Consolo-me na observação silenciosa dos teus segredos... 
Deles eu me tornei guardião. 
Eles nos religam, estreitam os caminhos, ampliam a tua ausência em mim...
Por eles, tu roubas o que eu sou e me tornas o sepulcro de onde sais...
Sou o espaço de tua inabitação.
Sou a saudade que se evoca, traz de volta e te concede uma misteriosa forma de continuar...

imagem retirada do perfil - Dulce Miller - facebook
Livro "É Sagrado Viver" - Pe. Fábio de Melo

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