sexta-feira, 12 de março de 2010

A Casa Amarela!

A casa ainda esta lá!
Triste abandonada, sendo maltratada pelo tempo e pelas intempéries do tempo...
Fiquei olhando-a... uma tristeza apertou meu coração; durante oito anos, ela foi minha...
casa grande, arejada, cheia de flores, árvores, pássaros...
Aprendi o que era ser feliz nela!!!!
Olhei a varanda e lembrei das cadeiras de vime que ali ficavam, eram meu reduto de paz...
onde eu sentava para ler, escrever, pensar, ouvir os pássaros ou simplesmente admirar a chuva e sentir a brisa.
Quando estava prestes a chover a casa era invadida pelo gostoso cheiro de terra e de manjericão que existia no fundo do quintal, durante a chuva se podia ouvir as gotas caindo entre as folhas das árvores; havia abacateiro, mangueiras, goiabeiras e outras árvores... ah! e um enorme pé de Jasmim, que depois da chuva exalava um delicioso cheiro adocicado que perfumava a casa toda...
Também havia um Coqueiro, que era motivo de desagrado da vizinhança, porque eu me recusava a cortá-lo, e eles reclamavam das pobres lagartas... (enquanto morei lá, nunca permiti cortarem o coqueiro)!
Havia um jardim com rosas, lirios, bocas de leão, brincos de princesa (estas subiam pela lateral da janela do meu quarto), dálias, margaridas e outras flores que embelezavam a frente da casa.
Havia crianças e cachorros!!!
meu quintal vivia cheio de bicicletas, patins, bolas... as crianças gostavam de vir brincar ali...

Naquela época sempre fazíamos festas por qualquer motivo e tinha música, muita música...
os amigos chegavam e a casa se enchia de novos aromas, bolos, doces, carne assando; viravam a noite jogando conversa fora, brincando, dançando... nada de brigas, nem discussões...
mesmo quando eu estava sozinha, a música estava presente, vários estilos e ritmos!

Como fui feliz naquela casa!!!
Felicidade plena, completa, tudo era perfeito!
Uma amiga disse que desde que me mudei, a casa nunca mais foi a mesma; cortaram-lhe o coqueiro, o pé de Jasmim, as flores, as ervas e o manjericão, as árvores... sobrou-lhe apenas o abacateiro e uma mangueira abandonados no quintal de terra ressecada... ninguém morou lá por de seis meses...
A pobre casa esta lá, triste, abandonada, esquecida...
ainda é amarela, mas nela já não existem mais flores, nem perfumes, nem crianças, nem sons, nem alegria...
Uma lágrima escorre-me pelo rosto, ao pensar que a casa está morrendo.
Ela está a venda e daqui a algum tempo em seu lugar será erguido algum prédio de apartamentos, e não restará nem ao menos o abacateiro; ela só existirá em minhas fotografias e lembranças...

*desculpem, mas não coloquei uma foto original da casa, pois não há nenhuma dela só*

(Kássya 10/03/2010)

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