Este final de mês completa 30 anos que minha avó se foi...
Ela se chamava Amélia...
descendente de português com negra, era uma mulher de porte pequeno, pele clara, olhos e cabelos de um tom acinzentados que rara vezes vi igual!
Minha madrinha!
Contava histórias da sua infância, da roça, do serviço, dos filhos...
do que viu e do que viveu...
... era a parteira e a benzedeira da vizinhança! (rsrs)...
Me ensinou a cozinhar o básico arroz, feijão, carne, batatas, ovos! A lavar e passar roupas, para lavar primeiro se colocava uns 5 cm de agua no tanque, despejava um pouco de água sanitária e sabão, esfregava as paredes e batente do tanque para não manchar as roupas brancas, depois de limpo enxaguava-se bem, somente depois disso seria cheio de agua, sabão e começaria a lavar as roupas, sendo separadas por cor, primeiro as brancas, depois as coloridas, enxaguar duas vezes, torcer bem e estender ... rsrs... também separada por cores!!!!
Para passar começava pelas roupas brancas depois as coloridas, camisas tinham q ser engomadas e em hipótese alguma podiam ter dois vincos nas mangas ou marcas no colarinho, calças sociais a mesma coisa e todas deveriam ir para cabides!!! E tinha que se tomar cuidado com a temperatura do ferro de passar, porque era aquele que não tinha regulagem de temperatura!
Hoje acordei pensando nela, no quanto ela me ensinou e no quanto poderia eu ter aprendido e não aproveitei a oportunidade (porque será que quando jovens somos tão desligados deste porém?)...
Lembrei de uma música que ela adorava e vivia cantando... (sempre cantando...)
e... as chamadas "coincidências" se manifestaram, ao subir até a casa da minha mãe, o rádio estava a tocar a música... rsrs... servi-me de café e fiquei ali uns minutos escutando e ouvindo em minha mente a voz da minha vó cantando... e seus pés marcando o compasso do repicado da viola
resolvi escrever...
Num bar de Ribeirão Preto
Eu vi com meus olhos esta passagem
No alto meio da grã-finagem
Nisto chegou um peão
Trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga,
Que era pra rebater a friagem
Levantou um almofadinha e falou pro dono:
"Eu tenho má fé
Quando um caboclo que não se enxerga,
Num lugar deste vem pôr os pés.
Senhor que é o proprietário
Deve barrar a entrada de qualquer.
Principalmente, nesta ocasião,
Que está presente o rei do café"
Foi uma salva de palmas
Gritaram viva pro fazendeiro
"Quem tem milhões de pés de cafés
Por este rico chão brasileiro?
Sua safra é uma potência
Em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente
Não é pra qualquer tipo rampeiro"
Com um modo bem cortês
Responde o peão pra rapaziada:
"Essa riqueza não me assusta,
Topo em aposta qualquer parada
Cada pé desse café
Eu amarro um boi da minha invernada
E pra encerrar o assunto eu garanto
Que ainda me sobra uma boiada"
Foi um silêncio profundo,
O peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro,
Disse ao garçom pra guardar o trocado
"Quem quiser meu endereço
Que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina,
E perguntar pelo rei do gado"
imagem Google
música: O Rei do Gado - Tião Carreiro e Pardinho
video YouTube - http://youtu.be/B1FQ2wiVCfI
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