quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"A VIAGEM..."


Dia desses li um livro que comparava
a vida à uma viagem de trem.
Uma comparação extremamente
interessante quando bem interpretada.

Interessante,
porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
de pequenos acidentes pelo caminho,
de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...

Quando nascemos,
ao embarcarmos nesse trem encontramos duas pessoas
que acreditamos que farão conosco a viagem até o fim:
nossos pais.
Não é verdade. Infelizmente,
em alguma estação eles desembarcam
deixando-nos órfãos de seus carinhos,
proteção, amor e afeto.
Mas isso não impede que durante
a Viagem embarquem pessoas interessantes
que virão a ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.
Muitas pessoas tomam esse trem a passeio,
outras fazem a viagem experimentando
somente tristezas.

No trem há também outras
que passam de vagão em vagão,
prontas para ajudar quem precisa.
Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros viajam no trem de tal forma
que quando desocupam seus assentos
ninguém sequer percebe.

Curioso é considerar que alguns passageiros
que nos são tão caros acomodam-se
em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga
a fazer essa viagem separados deles.
Mas isso não nos impede
de atravessarmos com grande dificuldade
nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos
que não podemos sentar ao seu lado,
pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim:
cheia de atropelos, sonhos, fantasias,
esperas, embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível,
tentando manter um bom relacionamento com todos,
procurando em cada um o que tem de melhor,
lembrando sempre que...
em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente,
precisaremos entender isso.
Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério é que não sabemos
em qual parada desceremos.
E fico pensando:
quando eu descer desse trem
sentirei saudades?
Sim!
Deixar meus filhos
viajando sozinhos será muito triste.
Separar-me dos amigos que nele fiz,
do amor da minha vida,
será para mim dolorido.

Mas me agarro na esperança de que:
em algum momento estarei na estação principal
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.
E o que me deixará feliz
é saber que de alguma forma
eu colaborei para que essa bagagem
tenha crescido e se tornado valiosa.

Agora, nesse momento
o trem diminui sua velocidade
para que embarquem e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...

Quem entrará? Quem sairá?

Eu gostaria que você pensasse
no desembarque do trem,
não só como a representação da morte,
mas também como o término de uma estória,
de algo que duas ou mais pessoas construíram
e que por um motivo ínfimo deixaram desmoronar.

Fico feliz em perceber
que certas pessoas como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar.
Isso é sinal de garra e de luta,
é saber viver,
é tirar o melhor de “todos os passageiros”.

Agradeço muito
por você fazer parte da minha viagem,
e por mais que nossos assentos
não estejam lado a lado,
com certeza,
o vagão é o mesmo.

(desconheço a autoria)
recebido por email de Márcia Bergami em 05/08/09

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